Uma antítese ambulante...
Quando eu era criança meu sonho era crescer, ser adulta, ter uma família dessas de comercial de margarina, um marido como era descrito nos contos de fada, e acreditava em gente. Que louca né? Quem acredita em gente hoje em dia??? Quem pensa em casar e ter filhos??? Pior ainda, quem pensa em ficar "juntos para sempre"??? Nó máximo uns 15 dias e olhe lá, se a pessoa tiver manias muito chatas, melhor ligar para o próximo ou a próxima da lista logo.
As pessoas tem coisas mais importantes para fazer, por exemplo: criar novas armas, começar novas guerras, magoar seu próximo, trocar de carro, comprar o novo modelo do Iphone, ser superior a todo mundo ao seu redor. Quem vai perder tempo sonhando???
É e por isto que eu me sinto uma antítese, porque eu acredito no amor, eu acredito que devemos sempre fazer o bem a quem nos rodeia, ou pelo menos tentar, eu me arrependo dos meus atos, e eu choro... Choro quando vejo alguém sofrer, choro quando vejo um velhinho abandonado, quando vejo casais gastando uma fortuna para ter um filho, e crianças passando necessidade em orfanatos, choro quando vejo corrupção e ninguém se importando, e principalmente, eu choro quando me sinto como Drummond - "Com apenas duas mãos e o sentimento do mundo."
Mas, como eu disse, eu ainda acredito em gente, por isto espero acordar num dia qualquer com algumas notícias que fariam meus olhos brilharem:
- As guerras santas acabaram, as mais diversas religiões se uniram em prol da humanidade;
- As pessoas já podem andar na rua sem ter medo de assalto, violênca, ou ataque de bomba num belo dia de corrida;
- A igreja deixou de ser uma forma de comércio e opressão ao povo;
- Mulheres são respeitadas, e já podem andar como quiserem no meio da rua sem serem julgadas, ou agredidas;
- Política agora é coisa séria, deixou de ser feita por empresários que governam para seus interesses e passou a ser feita por gente comum que pensa no coletivo;
- A fome no mundo que produz mas do que pode consumir é coisa do passado;
- E a principal notícias delas: Daquele dia em diante as pessoas voltarão a sonhar, a sorrir, a ter compaixão, a amar e a viver!!!
Até lá, viver não vai passar de mera figura de linguagem, uma tentativa de tornar mais expressiva essa existência pobre e vazia a qual alguns denominam de vida.