segunda-feira, 18 de abril de 2011

A vinda do Obama ao Brasil e o comportamento da mídia

Ao contrário do que muitos veículos de comunicação tentaram passar aos cidadãos comuns, a visita de Obama não tem como principal função uma aproximação diplomática entre os dois países, e muito menos, mostrar que os americanos apoiam a entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. A visita norte-americana ao Brasil teve o intuito de sempre: reserva de petróleo, mais especificamente, o Pré-Sal; biodiversidade; nosso grande mercado consumidor; nossas exportações, sempre mais vantajosas para eles; nossa crescente relação com a China; além de contratação de empresas norte americanas nas obras de infraestrutura para sediar as olimpíadas e a copa do mundo.

No entanto, a visita dos nossos vizinhos do Norte, nos deixou claro como nossa imprensa se resume bem ao conceito gramsciniano, como ela usa sua função de partido, de formadora de opinião para influenciar e criar heróis para o povo. Nesses dias de visita, muito pouco se falou sobre os problemas americanos, as constantes críticas que Obama recebe em seu País, e a insatisfação dos movimentos sociais brasileiros, ong’s, sindicatos, com a visita deste, e muito menos sobre a prisão dos que protestavam contra a visita do presidente. Ao contrário disso, a mídia mostrou como o país parou e mudou seu percurso para receber Obama, desde artistas elogiando o referido presidente, até o povo agradecendo sua visita. A imprensa provou que pode modelar a sociedade e fazé-la agir de acordo com seus interesses.

A pergunta é: Por que os meios de comunicação agiram e agem assim? 
É consenso que após o período da ditadura a imprensa assumiu um papel muito importante na sociedade, como se sua manutenção estivesse atrelada a manutenção da própria democracia, como se a liberdade de imprensa, fosse a liberdade do povo. Com isso seu poder de influência nas decisões do governo, na política e na forma que o cidadão encara os problemas se tornou muito grande. Além disso, a imprensa possui a capacidade de arrecadar dinheiro, o que levou a criação de uma indústria da mídia, tendo como seu principal representante os Estados Unidos.
No entanto, a América Latina nas duas últimas décadas tem assumido um caráter mais progressista em relação aos meios de comunicação, o que levou estes a se sentirem ameaçados e a deixarem claro para os governantes, que defendem o neoliberalismo para a imprensa, e que concordam com o modelo capitalista imposto pelos americanos ao mundo. Por isto, a imprensa não poderia deixar que o grande símbolo dessa visão de mundo, passasse uma imagem de desprezado e não querido por importantes segmentos da sociedade brasileira, o que explica a omissão dos veículos de comunicação com as revoltas e manifestações contra Obama nos dias de sua visita ao Brasil.

A imprensa vê em governos progressistas uma ameaça a sua estabilidade, uma ameaça a sua função de partido político e de grande manipuladora das massas. Portanto, enquanto puder vai apoiar, idolatrar governos e pessoas que defendem a idéia de imprensa livre para fazer o que quiser e arrecadar cada vez mais.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Eu sou Feliz!!!

Ser feliz pra mim é poder chupar picolé em dias quentes. É poder rir numa segunda. É acordar com vontade de tomar danoninho e descobrir que ainda tem um na geladeira. É ganhar beijo roubado. É ir à locadora e alugar todos os filmes que marcaram sua infância e combinar de rever com as amigas. É ter uma mãe que sempre batalhou pra te dar um bom futuro, mesmo que no pacote ela tenha colocado algumas broncas. E ter irmãs que te façam sorrir e lembrar o quanto é bom não ter sido filha única.
De onde eu venho, ser feliz é conseguir me formar na profissão que eu queria, mesmo com todas as pedras que apareceram na estrada. É sentir um perfume e lembrar de alguém especial. É ver as fotos de ontem e sentir saudades. 
Ser feliz pra mim é sol no sábado com direito a passeio de lancha com os amigos. É pijama até às 3 depois daquela baladinha com as amigas. É reunir os melhores amigos com chapeuzinho de aniversário. É esperar ansiosa pela próxima sexta.
Ser feliz é saber que eu sou forte, capaz e saudável. É saber que eu não sou um monte de coisas. Mas que posso ser.
É ter pra quem ligar quando eu quero rir. E ter alguém pra chamar quando eu quero colo.
É ter certezas. De que vai dar tempo. De que vai dar saudade. E de que eu sou determinada a ponto de quebrar a cara (e de não desistir com isso). É, acima de tudo, saber perceber que EU sou FELIZ.



Felicidade é ter um passado que te orgulha, e um presente que te faz sonhar com o futuro! 

"Muito Prazer" Tati Bernardi

Esta escritora moderna, com quem tanto me identifico, ainda não tinha sido homenageada no meu Blog, então aproveito esse texto que mais uma vez adoraria ter escrito para fazê-la presente aqui.
Porque escrever sobre nossos medos, momentos, e de como é difícil ser mulher no mundo atual, não é para qualquer uma!

Eu tenho medos bobos e coragens absurdas.
Eu vivo cercada de pessoas por fora da minha bolha egocêntrica, infantil e sensível.
Eu preciso de sal e açúcar para não virar os olhos de pressão baixa e hipoglicemia.
Escrevo por três motivos simples: preciso aparecer e não sou bonita o suficiente, preciso matar o tempo e preciso não morrer.
Sou fútil, entro em pânico pela moda, mas meto um chinelinho pra parecer desencanada.
Sou romântica, entro em pânico por não ser amada.
Eu vivo à espera daquele momento, mas não sei que momento é esse.
Às vezes sinto cheiros e morro de saudades de coisas que já não me lembro mais.
Eu me orgulho de todas as minhas lembranças ingênuas, mas tenho consciência de que foi a minha fragilidade cansada que me transformou numa pessoa irônica.
Eu tenho uma risada escandalosa que me envergonha e uma mania ridícula de imitar a Madonna nas pistas de dança.
Passo metade do dia odiando minha vida e querendo ser sugada pela minha própria insignificância.
A outra metade passo rindo do quanto sou dramática e exagerada.

Eu sei de cor tudo o que tenho que fazer para dar certo, mas tenho medo da responsabilidade de ser notada.
Adoro o toque do telefone que quebra o barulho do abandono, a força leve da caneta no papel que pode transformar tantas coisas e o som do carro chegando na chuva para me salvar.
Às vezes, eu gosto apenas da folha em branco, do silêncio, da noite e da janela fechada, de preferência todos juntos.
Adoro o som de crianças num parquinho.
Acho tudo o que se refere ao amor extremamente brega.
Acho tudo o que não se refere ao amor extremamente infeliz.
Tenho crises de pânico mas nunca tomei nenhum remédio, acho normal que às vezes o ar se despeça do meu mundinho fechado e me faça vagar pela falta de pressão do universo.
Minha mão fica tão gelada e meu coração tão quente que eu pareço um petit-gateau.
Tenho medo de vomitar e não parar nunca mais de vomitar.
De bater a cabeça desmaiada na pia e morrer solitariamente.
Eu cansei de papo furado à luz de velas, eu cansei da ansiedade e da ilusão de princesa.
Eu prefiro um DVD e um pijamão e todas as minhas guloseimas no armário da cozinha.
Mentira. Tudo mentira. Eu corro atrás o tempo todo.
Não vou falar de nada que não seja meu umbigo.
Sou essa mala monotemática mesmo, chata, obsessiva, mas que ama muito mais do que odeia.