quinta-feira, 18 de junho de 2015

Vamos falar de coisa séria...

Nos últimos meses tenho acompanhado desiludida os passos que a política e o judiciário brasileiro estão tomando. O último episódio talvez mais grave para mim foi a proibição de que o povo possa acompanhar os trabalhos da casa do povo, na casa do povo, uma casa eleita para representá-los. Estou falando da Câmara Federal, que essa semana aprovou em comissão FECHADA para o povo a Lei que reduz a Maioridade Penal, e que já noticiou que a mesma medida será tomada na apreciação em plenário, e retirou do Projeto inicial a possibilidade de consulta ao povo sobre o tema.
A tempos vemos magistrados querendo legislar, promotores exigindo ter poderes de polícia, e ministros se esquecendo da Constituição e acusando réus sem provas. Agora temos parlamentares, em especial dois, o Presidente do Senado – Renan Calheiros e o Presidente da Câmara – Eduardo Cunha, tomando para si as competências do Executivo, manipulando pautas e apreciando somente aquilo que lhes convém, usando o público em benefício do privado.
Confesso que todas essas atitudes me amedrontam, pois são uma ofensa à democracia, ao pacto federativo e a interdependência dos poderes, direitos adquiridos com muito esmero e à custa de algumas vidas e sonhos. Sonhos estes de pessoas que ainda acreditam no país e por isto ainda estão a lutar por ele.
Hoje, só nos resta fazer um apelo a estes senhores, para que eles não se aproveitem de um momento de crise, onde o povo pede mudanças para legislarem em causa própria, para fazerem uma Reforma Política para inglês ver, uma reforma que não traz nenhum benefício a população, que atrapalha o desenvolvimento de políticas públicas de longo prazo, que facilita a corrupção, o desvio de dinheiro dos cofres públicos para financiar campanhas eleitorais, que elege não representantes do povo, mas sim representantes dos seus próprios interesses. Senhores, não criminalizem nossos jovens, sem antes proporcionar a eles escola, saúde, moradia e segurança. Não os culpem por terem nascido sem oportunidades em um país que ainda não pode lhes trazer igualdade. Um país que está escolhendo investir mais em presídios que em educação.
Peço sobre tudo que não sejam “levianos” ao acusarem uma presidente eleita democraticamente por todos nossos problemas. Por uma crise que é reflexo da Crise Mundial. Ao contrário, rogo aos senhores que a ajudem a nos salvar, que a ajudem a erradicar a miséria, a fome, o desemprego, a trazer a igualdade de gênero, de sexo, de oportunidades. O sucesso da Presidente Dilma é o sucesso do Congresso, da sociedade, do povo brasileiro.
Este não pode mais ser um país de muitos onde poucos decidem e se beneficiam. Este é um país onde os representantes foram sobre tudo eleitos pela classe C e D, que representam a maioria e que chegaram a este patamar juntamente com o avanço econômico e social do Brasil, e estes anseiam ser ouvidos por seus representantes. Por isto senhores, amem ao povo brasileiro, ou os deixem eleger quem os ama.
Eu posso dizer que sou negra, filha de mãe solteira, jovem, mulher, e que por tudo isto seria mais uma que tinha tudo para dar errado. Mas, as mudanças das últimas décadas me tornaram: uma negra com as mesmas oportunidades que brancos, uma filha de mãe solteira que hoje pode ajudá-la, uma jovem cheia de sonhos e projetos, pois hoje me é permitido sonhar e planejar, uma mulher que ainda não se sente proporcionalmente representada, mas que sabe que o fato de ter UMA PRESIDENTA eleita e reeleita significa um avanço imensurável na luta para a igualdade de sexos, e que hoje apesar de tudo, se encontra no topo da pirâmide no quesito educação, saúde e segurança.

Então eu só tenho certeza de uma coisa, todos vocês podem desistir do Brasil, mas eu com minha pequena contribuição não desistirei dele. 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Então é Natal, e o que você fez???






Tenho pensado muito nesta frase estes dias, e talvez eu tenha feito muito pouco neste ano, amado menos que devia, me amado menos do que eu mereço, ficado perto da minha família menos do que eu gostaria e poderia, mas com toda certeza aprendi muito mais do que esperava, com a dor, com o amor, com os amigos, com os falsos amigos, esse foi um ano ímpar. Encerro ele me sentindo mais nova, mais forte, mais feliz, e com mais vontade de viver que nunca. A idade traz sim algumas rugas, mas traz um amor próprio, uma auto-confiança que se pudéssemos saber disto antes teríamos desejado a velhice sem medo, afinal só fica velho quem vive... 
Eu espero um 2014 com mais acertos que erros, mas não que não existam os erros, afinal eles são partes essenciais do nosso aprendizado, um 2014 com mais amigos e menos decepções, e que mesmo que elas existam eu não deixe de acreditar nos seres humanos porque um deles tentou me passar para trás, que eu finalmente encontre um amor pra vida toda, mas que eu finalmente entenda que os únicos amores pra vida toda são aqueles que Deus chamou de mãe, irmãs, sobrinhas e sobrinhos... E que apesar de ter que amar esse tanto de gente eu não me esqueça nem por um segundo da minha importância, do meu valor e do amor que eu mereço. E que mesmo que tudo isto de errado que por nem um segundo eu me esqueça de Deus, e da minha fé, e que só por ele e por ela eu vou ter sempre a chance de recomeçar. Venha 2014, venha leve como uma brisa, e libertador como uma ventania!!! 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Os 20 e tantos são tão melhores que os 20 e poucos.

O fim de mais um ano chegando e é natural todo mundo começar a fazer um balanço da sua vida, do seu ano, das suas realizações, e eu me deparo com este texto que foi escrito pelo Caio Braz, mas que eu gostaria muito de ter escrito também, pois ele define muito o momento que estou vivendo. Hoje aos 28 além de me sentir mais bonita, mais segura, mais madura, eu me sinto também mais amada, com mais vontade de viver e muito mais amorosa... Os perrengues ainda existem, mas nem de longe posso compará-los aos que vivi no passado, Deus tem sido bem generoso comigo, e o meu sorriso, apesar das rugas, hoje brilha muito mais que a alguns anos atrás!!!
 
 
 
 
 
Agora aos 28 anos, já não enxergo mais o mundo como quando tinha 22. Ainda bem, e afirmo com toda a certeza: ter vinte e tantos anos é muito melhor do que ter vinte e poucos anos.
Com vinte e tantos, já não somos tão ansiosos e impetuosos quanto antes. Geralmente já conquistamos alguma coisinha ou outra da qual podemos nos orgulhar. Temos confiança no nosso taco e já não somos tão franco-atiradores – mas ainda temos energia para a ousadia. Já provamos para nós mesmos que somos capazes de sair da casa dos pais e cuidar da nossa própria. Com 20 e tantos, já não precisamos morar em um muquifo ou em uma república com mais dez, porque ganhamos mais do que R$ 600 + vale transporte.
Aprendemos a selecionar melhor nossos amigos e dar todo o valor a eles. Já sentimos a energia negativa dos truqueiros de primeira, algo que talvez aos vinte e poucos estivéssemos embriagados demais para perceber. Respeitamos mais os pais e aproveitamos todos os segundos em família, com a chegada dos sobrinhos e os filhos dos primos. Os pais já não enchem mais tanto o nosso saco tentando proibir, mas ainda se preocupam em nos acolher quando estamos estressados, doentes, trabalhando demais, ou de coração partido.
Ah, o amor. Com vinte e tantos, se não te ligam [ou mandam Whatsapp né, 2013] no dia seguinte, foda-se. Já temos amor próprio e a certeza de que se a gente quiser, a fila voa. Só se quiser mesmo, porque a maturidade tira o desasossego e nos ensina a se aceitar e ficar tranquilo solteiro, e às vezes melhor sozinho, porque dá muito trabalho ficar de papo furado.
Passamos a evitar os programas que vão ser uma baita de uma função, que na época da faculdade a gente só ia porque precisava se enturmar. Escolhemos melhor nossas viagens e principalmente nossas companhias de viagens. Ao invés de querer visitar cinco países na Europa em dez dias, escolhemos um só lugar e ficamos quinze dias explorando cada cantinho da cidade. Cultivamos o hábito de comprar coisas para a nossa casa, que começa a ser o nosso templo.
Viramos mais generosos com as nossas diaristas, porteiros e zeladores, e sempre damos um monte de coisa bacana de presente a eles. Bebemos mais água porque a dermatologista recomendou, e nosso corpo funciona melhor. Paramos de fumar, pela saúde e pela cafonice. Apagamos as mp3s de David Guetta, Calvin Harris, e afins, e pesquisamos música nos discos dos nossos pais, que estão cheios de jazz e ótima música brasileira.
Com vinte e tantos anos, a gente só quer do nosso lado gente que nos agrega. Amor, amizade, ou os dois. Que te indica um filme, que te leva pra conhecer um lugar novo, que te convida pra jantar e paga porque recebeu salário ontem, que sabe o telefone do melhor acupunturista, que tem as melhores dicas de viagens, que te escuta. Porque você também é essa pessoa que faz tudo por seus amores e amizades.
Caio Braz
 
*Adaptado

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Da versão Ana que gosta de política...

Queridos, o texto é um pouco longo, mas é excepcional, coloquei em itálico aqui no blog as partes que eu mais queria ter escrito, rsrs. Acho Paulo Moreira Leite sensacional, e hoje ele mostrou o equilíbrio que tenta usar ao escrever, apesar de sua forte tendência para as correntes ligadas a esquerda.
Bom, talvez eu também tenha um certo viés esquerdista, até porque eu cresci num ambiente onde as pessoas com maior capacidade de sonhar, vontade de mudança, de lutar contra a Ditadura Militar, aqueles que brigaram pela Diretas Já e pela Constituição de 1988 estavam ligadas a esquerda. E eu nos altos dos meus 28 anos ainda me considero jovem, e toda juventude é meio utópica, mas ao contrário dos que saem a rua para protestar, postar fotinhos nas redes sociais, depredar patrimônio que foi construído com nossos impostos, destruir empresas que geram milhares de empregos, minha rebeldia tem causa, a minha causa é a social, é a da boa distribuição de renda, é a de uma democracia de fato, onde todos tenha acesso aos mesmos direitos.
Não quero dizer senhores que acho que o país é o lugar ideal, que não temos do que reclamar, mas quero dizer que estamos no caminho: investindo em educação, saúde, segurança, erradicação da pobreza. Políticas Públicas não são feitas do dia para a noite, e muito menos de um governo para o outro, elas precisam e deveriam ser feitas como um acordo entre cavalheiros, eu não sou do seu governo, tenho ideologias diferentes das suas, mas sei que esse trabalho que você está desenvolvendo em 20, ou 30 anos vai nos dar uma país mais saudável, mais igualitário e por isso, mesmo que seu governo não permaneça, vou levar adiante suas Políticas Públicas, avaliá-las, e adequá-las se necessário. É mais que um compromisso com um partido, com um governo, é um compromisso com uma nação, que espera de quem governa honestidade, respeito, e principalmente, que eles saibam pensar no bem comum.
 
 
 
 
O problema é que a divulgação de dados sociais e econômicos mais recentes mostra que em 20 anos o  país progrediu de forma notável.
Num país que protesta, os dados merecem uma festa
 
Este progresso, que coincide com os governos de FHC e Luiz Inácio Lula da Silva, não merece ser debatido em termos de Fla-Flu.
Fernando Henrique foi capaz, sim, de garantir a estabilidade da moeda e condições mínimas para o funcionamento do Estado. Ajudou a consolidar o sistema financeiro, necessário para o desenvolvimento.
Mas o IDH não deu o salto – o que era 86 virou menos que 1 – porque se gastou pouco. Isso Roberto Campos já fizera em 64, com auxílio das baionetas militares.

A mudança ocorreu porque o Estado realizou ações em profundidade para favorecer a distribuição de renda, proteger o salário e os direitos dos trabalhadores, o financiamento do crescimento, o investimento no mercado interno. Se for para usar expressões econômicas, se FHC soube economizar, Lula soube dividir. São missões difíceis e desafiadoras.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Uma antítese ambulante...

Quando eu era criança meu sonho era crescer, ser adulta, ter uma família dessas de comercial de margarina, um marido como era descrito nos contos de fada, e acreditava em gente. Que louca né? Quem acredita em gente hoje em dia??? Quem pensa em casar e ter filhos??? Pior ainda, quem pensa em ficar "juntos para sempre"??? Nó máximo uns 15 dias e olhe lá, se a pessoa tiver manias muito chatas, melhor ligar para o próximo ou a próxima da lista logo.
As pessoas tem coisas mais importantes para fazer, por exemplo: criar novas armas, começar novas guerras, magoar seu próximo, trocar de carro, comprar o novo modelo do Iphone, ser superior a todo mundo ao seu redor. Quem vai perder tempo sonhando??? 
É e por isto que eu me sinto uma antítese, porque eu acredito no amor, eu acredito que devemos sempre fazer o bem a quem nos rodeia, ou pelo menos tentar, eu me arrependo dos meus atos, e eu choro... Choro quando vejo alguém sofrer, choro quando vejo um velhinho abandonado, quando vejo casais gastando uma fortuna para ter um filho, e crianças passando necessidade em orfanatos, choro quando vejo corrupção e ninguém se importando, e principalmente, eu choro quando me sinto como Drummond - "Com apenas duas mãos e o sentimento do mundo."
Mas, como eu disse, eu ainda acredito em gente, por isto espero acordar num dia qualquer com algumas notícias que fariam meus olhos brilharem:
- As guerras santas acabaram, as mais diversas religiões se uniram em prol da humanidade;
- As pessoas já podem andar na rua sem ter medo de assalto, violênca, ou ataque de bomba num belo dia de corrida;
- A igreja deixou de ser uma forma de comércio e opressão ao povo;
- Mulheres são respeitadas, e já podem andar como quiserem no meio da rua sem serem julgadas, ou agredidas;
- Política agora é coisa séria, deixou de ser feita por empresários que governam para seus interesses e passou a ser feita por gente comum que pensa no coletivo;
- A fome no mundo que produz mas do que pode consumir é coisa do passado;
- E a principal notícias delas: Daquele dia em diante as pessoas voltarão a sonhar, a sorrir, a ter compaixão, a amar e a viver!!!

Até lá, viver não vai passar de mera figura de linguagem, uma tentativa de tornar mais expressiva essa existência pobre e vazia a qual alguns denominam de vida.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Os tabus nossos de cada dia...



Nós desde crianças somos ensinados a ter vergonha de receber elogios, o maior exemplo disso, é quando alguém diz que você está usando algo bonito, e ao invés de dizer apenas obrigada (já que você provavelmente pensa o mesmo, ou então não teria comprado) a resposta mais frequente é dizer: é velha, foi baratinha, ganhei... Com isto, nós fomos aprendendo a esconder nossas qualidades e a valorizar nossos defeitos. 

Por isto, hoje eu resolvi fazer diferente, hoje eu vou falar das qualidades da Ana... 

A Ana ama ajudar as pessoas, ama fazer  novos amigos, trabalha desde novinha, é boa filha, tia, irmã, amiga, adora ler, escreve bem, e podem acreditar, ela não está 2 kg acima do peso, ela não é encalhada, e é até paquerada ás vezes, ela adora sorrir, tem a altura que quase todas as mulheres gostariam de ter e veste 38, rs. A Ana já conheceu tanta gente interessante que vocês nem podem imaginar, se envolveu com pessoas maravilhosas e viajou para muitos lugares bacanas. 

Ufffaaaaaaaaaaaa.... Vocês não sabem como foi difícil escrever o parágrafo acima, se fosse para escrever meus defeitos o texto sairia automaticamente, e quem vê o que escrevo nas minhas redes sociais com certeza sabe que não estou mentindo. Por isto eu proponho, que tal você que hoje acordou se sentindo péssimo(a) cheio(a) de problemas fazer a sua listinha também? Se estiver difícil pergunte a seus amigos, eu tenho certeza que eles serão capazes de dizer coisas maravilhosas a seu respeito e no final simplesmente agradeça e entenda que elogios são presentes que recebemos, e desde novinha aprendi que não devemos recusar presentes. 


sexta-feira, 12 de outubro de 2012




"O pior analfabeto é o analfabeto político, ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo da vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais." Brecht